quinta-feira, 26 de maio de 2011

Amanhã Eu Paro

Amanhã eu paro

"Não há nada tão ruim no universo que não possa piorar" Lei de Murphy

A frase acima, que mais parece o jargão máximo da política atual, é o lema
dos exploradores inveterados do fundo do poço: os viciados, dependentes
químicos, os que abusam de todo tipo de droga. Abismo da alma. Fuga do espírito. Alienação e entorpecimento.

O abuso de drogas hoje em dia vem se tornando cada vez mais freqüente, seja o de drogas lícitas - cigarro, afetaminas, calmantes, inalantes, álcool, ou as ilícitas – crack, merla, cocaína,maconha. Há uma tendência para o aumento dos derivados da cocaína, fora as drogas sintéticas - LSD, êxtase,...

"Amanhã eu paro" - nossa frase título é o chavão mais usado em um processo de dependência e abuso de qualquer tipo de drogas. Nesse estado, o indivíduo nega (mecanismo de defesa) sua impotência diante de seu vício. Imagina de forma infantil que domina o uso da substância que utiliza. "Viciados são os outros". São aprisionados eternamente pela ingestão, qual Persefone no mundo de Hades, ela no palácio, eles no inferno.

Todavia, encontramos um erro freqüente apontado e disseminado por toda a
sociedade, na visão sobre a dependência química. A maior parte das campanhas não deixa claro o processo do vício, o porquê um indivíduo
se torna dependente. No estudo que desenvolvemos na Agencia Prisional
do Estado de Goiás, com mais de 60 usuários, observamos tais nuances.
A droga traz satisfação a quem a usa, "benefícios" diretos ou indiretos. O
prazer em seu uso é evidente. Porém, sua toxicidade deve ser esclarecida,
ou seja, embora em um primeiro momento a droga "beneficie", o preço que
seu usuário paga por esse prazer é extremamente alto: invariavelmente
paga com a própria vida.

Um dado de nossa pesquisa deixa clara a ligação direta entre a violência
urbana e o uso freqüente de substâncias em mais de 81% dos casos. O
indivíduo que abusa de drogas traz inúmeros problemas a sua própria
pessoa e aos que o cercam, da incapacidade para o trabalho a acidentes
automobilísticos, das brigas de rua a latrocínios, tudo em decorrência
do uso abusivo de drogas. A violência urbana liga-se ao tráfico - que o
digam Rio de Janeiro e São Paulo - , embora o governo omita tal ligação,
deixando o problema das drogas ao "Deus dará". Investe-se mal na punição e
nada em tratamento e prevenção.

O abuso de substâncias leva em consideração à tolerância (aumento na quantidade consumida), abstinência (crise por falta da substância) e um padrão de uso compulsivo. A intoxicação ou outros sintomas surgem em geral a médio prazo, dependendo do tipo da substancia, quantidade, forma do uso e capacidade de adaptação do organismo do usuário.

Em nosso mundo há uma banalização do problema. A apologia intensa não
retrata a realidade, e na arte, em especial na música, deu-se a esse papel,
com uma enxurrada de letras deificando o uso de drogas. Tudo que é
banalizado perde o controle. E ninguém fala nada.

Recolhemos relatos de presidiários que deixavam clara toda situação:
"Douto, vi gente saindo da penitenciária "noiada"(usando abusivamente
das drogas). O Tião Cachorro foi um que saiu em condicional de manhã, de tarde já tava voltando preso, assaltando para comprar mais "pedra(crack)". E, como ele, muitos outros. Mas quem quer encarar a realidade?
Prof. Wagner Jardim
Terapeuta Holístico
CRT. nº 41608
Autor do Livro:
Dificuldades de Aprendizagem no Ensino Fundamental.
www.loyola.com.br.

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